 | | | O Projeto Mulheres & Massas do CDDH – Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis teve como antecedente a demanda de atendimento a mulheres que sofriam violência doméstica, não tinham profissionalização e eram dependentes do agressor. |
O grupo atual é formado por mulheres de comunidades carentes, com acesso precário ao mercado de trabalho. Nestas localidades não há nenhum serviço de qualificação profissional acessível a elas, refletindo a realidade geral do município. O processo de resgate do posicionamento das mulheres, enquanto sujeitos de sua própria história, é urgente. Por isso, este projeto se volta para mães de adolescentes de outro projeto desenvolvido pela Instituição, chamado Florescer, que já atua junto às famílias. Essas, muitas vezes, se constroem com base em um padrão relacional de agressividade, solicitando um trabalho voltado para a sensibilização para uma outra forma de se viver - mais solidária, mais cooperativa, com a auto-estima mais elevada e uma visão mais abrangente do mundo que as cerca.Consideramos o elevado número de atendimentos realizados a mulheres vítimas de violência, realizados pela Instituição, e o ininterrupto crescimento da população miserável no Município (17,6%, segundo FGV e IBE/1999), sobretudo em função da baixa escolaridade e falta de mão-de-obra especializada, somados ao fato de que a discriminação social e trabalhista da mulher ainda se mostra presente.
Tais elementos levaram a Instituição a desenvolver o Projeto Piloto, com a participação de 7 mulheres, a partir do qual experimentaram-se as possibilidades de novos caminhos para a busca de resolução dos conflitos e das dificuldades socioeconômicas vivenciadas. Uma das alternativas vislumbradas de trabalho se apropria do próprio saber da mulher, no aprimoramento de aptidões ligadas à cozinha.
Era necessário, além de fortalecer essas mulheres através do processo grupal, criar com elas uma alternativa de geração de renda. A produção e a comercialização de massas foi uma oportunidade que surgiu, e teve a adesão das mulheres, ao lado da necessidade reconhecida de continuidade do trabalho de fortalecimento da auto-estima, através do compartilhar das histórias de vida. A proposta incluía a união do grupo e o desenvolvimento de relações mais solidárias, com perspectiva de ser formada uma cooperativa de produção.
| Houve um curso de um ano de manipulação de alimentos e confecção de massas artesanais e ensaio de produção.
As massas produzidas são de excelente qualidade e o desafio é tornar o projeto auto-sustentável e formar uma cooperativa de produção artesanal, juntamente com outro grupo, os jovens do Projeto Filhos da Terra do CDDH, que confecciona produtos como cartões ecológicos e são remanescentes do Projeto Florescer. |
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| O projeto visa o desenvolvimento da autonomia pessoal e grupal, fortalecendo-as como indivíduos e cidadãs, tornando-as mais participativas e mais conscientes de sua inserção na sociedade, atuando de forma mais propositiva em suas comunidades, assim como refletindo um novo papel do feminino no trabalho. |
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| O grupo já é capaz de produzir massas artesanais com ótima aceitação pelos consumidores, em perfeitas condições de higiene, em variedade de cores e temperos, tendo inclusive os integrais com sabores - exclusividade Mulheres & Massas! |
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 | Em termos técnicos, a qualidade da produção encanta a todos os clientes e parceiros, assim como a criatividade das mulheres na criação de novas receitas – o projeto ofereceu 5 receitas básicas e elas já desenvolvem 18, a partir de experimentação do grupo e avaliação técnica do Projeto. Também em relação à comercialização do produto, o ganho é visível: as mulheres divulgam as massas em eventos e em estabelecimentos comerciais de pequeno porte, discorrendo sobre o CDDH e o projeto, e assim vão ganhando confiança em si mesmas e no que produzem, fortalecendo-se como indivíduos e como grupo social. |
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Quem São Essas Maravilhosas Mulheres?
O grupo atual, com 6 mulheres, é um Projeto Piloto, a partir do qual experimentaram-se as possibilidades de novos caminhos para a busca de resolução dos conflitos e das dificuldades socioeconômicas vivenciadas e se apropria do próprio saber da mulher, no aprimoramento de aptidões ligadas à cozinha.
Rita....
Sou casada. Eu sei que minha vida vai mudar e para melhor. Sonho em terminar de construir a minha casa. Gosto de cantar, ler e conversar com meus filhos e meu marido; gosto de ouvir música, conversar com os amigos e cuidar de minhas plantas. Não gosto de mentira, falsidade, violência, covardia, briga e jiló. Meu símbolo é representado pelas flores e corações que desenho desde criança.
Nilva....
A minha maior esperança é ter, um dia, uma lojinha pequena, com lindas vitrines e deliciosos docinhos e salgadinhos; as pessoas saindo felizes pelas coisas que comeram e pelo atendimento que tiveram.
Gosto de estar junto de minha família, ficar em casa e ir à praia. Não gosto de pessoas invejosas, ficar sem dinheiro e sentir qualquer tipo de dor. O meu maior sonho é conseguir ter minha casa própria, e ter minha lanchonete.
Meu símbolo é representado pela música que diz: “os verdes campos de minha terra me lembram muito a minha infância”.
Gisele....
Sou viúva. Sou uma pessoa tranqüila e procuro fazer tudo que agrada a Deus em primeiro lugar. Tenho sonhos grandes a realizar: que meus filhos se formem profissionalmente e se tornem cidadãos responsáveis; que eu consiga construir minha casa e até comprar um sítio para descansar mais tarde. Tenho saudades do meu marido e de meu irmão que não vejo há 20 anos. Eu gosto de ser livre, da sinceridade e de louvar a Deus.
Não gosto da ingratidão, de opiniões que nos deprimem, da violência, dos vívios e da falsidade.
Meu sonho é ver meus filhos felizes, realizados em todos os senidos. Sonho também em construir minha casa, e isso eu já comecei. Meu símbolo é ver os pássaros voando livres pelo céu.
Líbia....
O que mais gosto é de ler a Bíblia.
O que menos gosto é de faltar ao culto da igreja, sair de casa para almoçar fora com meu marido e filhos.
Meu sonho é ver meus filhos estudando, fazendo faculdade; e ver a família toda unida.
Maria....
Eu gosto de trabalhar, de ficar com meus filhos e neta e de ajudar a quem precisa. Apesar de tanta tristeza no mundo, ainda existe muita coisa boa para viver e um dia o mundo vai mudar.
Gosto de estar na minha casa, com meus filhos; de comprar roupas e trabalhar. Não gostaria de ser assaltada, de perder meus filhos ou o emprego. Meu sonho é ver meus filhos trabalhando. Meu símbolo é ver as fotos de primeira comunhão de meus filhos.
Irenice....
Sonho com um mundo diferente, onde as crianças não sejam marginalizadas nem maltratadas. Sou sonhadora, gosto de acreditar nas pessoas. Gosto de música, de dançar e cantar.
Gosto de ouvir música, conversar com Deus e estar com minha família. Não gosto de ser afrontada, mentiras e brigas.
Meu sonho é que os sonhos de meus filhos sejam realizados. O continente africano é meu símbolo, assim como a frase: “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”.
RESTAURANTE LEOPOLDINA CRIA CARDÁPIO APOIANDO PROJETO MULHERES E MASSAS
As mamães ganharam uma atenção especial do dia 12 a 14 de maio.
O Restaurante Leopoldina, no hotel Solar do Império, em Petrópolis, ofereceu um cardápio especial em homenagem ao Dia das Mães. A chef Claudia Mascarenhas criou pratos especiais com massas produzidas pelo projeto Mulheres e Massas – grupo de mulheres assistidas pelo Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis (CDDH) que produzem massa artesanal de excelente qualidade em diversos sabores.
Confira o cardápio que foi oferecido:
“Mulheres e Massas” – sabor artesanal com tempero social
- Tagliatelle de alho poró com bacalhau, cream cheese e azeitonas
- Tagliatelle verde com camarões, tomate e manjericão
- Tagliatelle de tomate seco com tirinhas de filé mignon, cogumelos e molho cremoso de ervas
As pessoas interessadas em adquirir as massas, podem entrar em contato com o CDDH (informações abaixo). Existem vários sabores de talharim, espagueti, inclusive massa integral com sabores (que é uma exclusividade do Mulheres & Massas). Vale a pena experimentar.
Se você tem uma máquina usada que não precise mais e queira doar para o projeto ou contribuir de outra forma entre em contato conosco ou venha nos fazer uma visita, teremos satisfação em partilhar nosso sucesso com você.
Este é um Projeto do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis
Rua Mosenhor Bacelar, 400 - Centro
25685-110 Petrópolis, RJ - Brasil
Tel.: (24) 2242-2462 - Fax: 2246-0214
