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Documentário sobre Djanira no Centro de Cultura em Comemoração ao Centenário de seu Nascimento
13/01/2015 - 13:16 - Petrópolis recebeu na última sexta-feira para palestra e exibição de documentário sobre a pintora Djanira, o escritor e biógrafo da artista, Gesiel Júnior, ainda em comemoração ao centenário de seu nascimento. O evento foi realizado no Cine Humberto Mauro, no Centro de Cultura Raul de Leoni, promovido pela Prefeitura por meio da Fundação de Cultura e Turismo, onde aficionados sobre o tema e artistas plásticos compareceram para saber mais
sobre a arte e a vida desta grande brasileira. O documentário “Djanira, a Pintora Descalça”, de José Sampaio, foi elaborado ano passado pela CEF através da Caixa Cultural em comemoração aos 100 anos de nascimento da artista. Há mais de 15 anos como pesquisador da vida e obra dela, o escritor Gesiel Júnior tornou-se biógrafo desta, que foi eleita, segundo ele, uma das três grandes damas da pintura brasileira do século XX, junto a Anita Malfatti e Tarsila do Amaral. “Desde menino eu ouvia falar da importância de Djanira e em determinado momento me dei conta de que não havia nenhum trabalho específico que mostrasse a relevância dela” – conta Gesiel. Ele é nascido na região próxima à cidade natal da artista, Avaré/SP, onde hoje reside e foi responsável, junto com artistas e autoridades, pela montagem do memorial que funciona no Centro Cultural Djanira, da Prefeitura local. Lá encontram-se peças de ateliê da pintora, obras, objetos pessoais, instrumentos musicais, documentos, filmes, etc. No ano de 2000 o escritor Gesiel Júnior lançou o primeiro livro sobre Djanira, “História de Djanira Brasileira de Avaré”, com resgate de toda a sua trajetória. Em 2004 lançou “Contando a Arte de Djanira” com explicações voltadas para o público infanto-juvenil. Agora, em 2014, ele lançou uma coletânea de desenhos para crianças, com legendas, intitulado “Djanira para conhecer e colorir”, certamente desejando que as novas gerações conheçam o grande trabalho da artista e possam encantar-se desde cedo. Segundo o biógrafo, a estada de Djanira em Petrópolis, que mantinha residência na Samambaia, rendeu à cidade o grande painel confeccionado por ela para o Liceu Municipal Prefeito Cordolino Ambrósio e ainda uma grande amizade com a escritora chilena Gabriela Mistral – que dá nome à Biblioteca Central Municipal – que também viveu em Petrópolis. A exposição “Djanira – 100 Anos”, que se encontra em cartaz na Galeria Djanira, no Centro de Cultura Raul de Leoni, foi prorrogada e ficará aberta ao público até o dia 24 de janeiro. São 29 reproduções das obras da artista que compõem a mostra juntamente com um banner que contém matérias colhidas em revistas e jornais. Com curadoria do artista plástico Paulo Campinho, a mostra conta ainda com livro sobre a trajetória dela, além de alguns postais com suas obras reproduzidas. A visitação está aberta ao público de terça a sábado, das 13 h às 18 h. O Centro de Cultura fica na Praça Visconde de Mauá, 305, Centro, (24) 2233-1202. Sobre a artista – Nascida em Avaré/SP, de família com origem austríaca, a artista foi registrada como Djanira Job Paiva. Viveu com a avó materna na roça plantando e colhendo café após a separação dos pais, mas depois mudou-se para São Paulo em busca de seu destino. Como costureira consertava a roupa dos soldados e foi assim que conheceu seu primeiro marido, o marinheiro Bartolomeu Gomes Pinheiro, que a deixou viúva cedo. Ela mudou-se para o Rio de Janeiro e como dona de pensão conheceu artistas e boêmios da época, dentre os quais o romeno Emeric Marcier, com quem aprendeu a temperar tintas. Estava trilhado aí o caminho para a pintura e ela começa a revelar sua arte cabocla para o mundo. Sua primeira exposição individual aconteceu em 1941. Após algumas viagens ela retorna ao Brasil com reconhecimento na América Latina e já com a admiração de expoentes como Jorge Amado, Dorival Caymmi e Manuel Bandeira. Casada com o baiano José Shaw da Motta e Silva dele recebe incentivo e percorre o país para tecer a sua obra segundo matizes tupiniquins. A arte de Djanira foi considerada do gênero primitivo como uma sábia elaboração de tudo o que ela viveu, presenciou e aprendeu. Posteriormente sua obra foi definida como de plena modernidade. |
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