Catedral São Pedro de Alcântara - Um Passeio Por Sua História
O padroeiro da igreja é São Pedro de Alcântara, venerado como protetor da monarquia, instituído por D. Pedro I como patrono do Império Brasileiro. História da Construção da Catedral 12 de Março de 1876 foi um dia festivo e de sol, para a cidade de Petrópolis. Inaugurava-se o Hospital Santa Thereza (prédio ainda existente) e à tarde realizava-se a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da nova Matriz, no belvedere de São Pedro de Alcântara (local já reservado no plano Koeler - 1843). Então presentes ao ato o Imperador Dom Pedro II, a Princesa Isabel e seu esposo o Conde D'Eu e das seguintes autoridades: Barão de Cotegipe, Ministro da Fazenda; José Bento da Cunha Figueiredo, Ministro da Justiça; Diogo Velho Cavalcante de Albuquerque, Ministro do Império; Conselheiro Pinto Lima, Presidente da Província; Paulino Afonso Pereira Nunes, Presidente da Câmara Municipal; todos os vereadores petropolitanos e a Irmandade do Santíssimo Sacramento de São Pedro de Alcântara, padres Nicolau Germain e Teodoro Esch.. Aproveitando a estadia do Imperador Pedro II na Europa, é o primeiro projeto encomendado a Frederico Roncetti, de Roma (traz a data de 16 de Fevereiro de 1877). Apresentava um majestoso edifício em estilo neo-renascença, romano, com imponente cúpula; devido à planta em cruz grega; foi considerado pomposo para os recursos petropolitanos. Atendendo à incumbência de SS.AA. o Presidente da Província, Gavião Peixoto pede a Francisco Monteiro Caminhoá novo desenho da Matriz, "que deverá ser em estilo gótico, com toda a perfeição da arte". Nomeia então a comissão encarregada das obras do templo a 18 de Janeiro de 1883. O projeto e orçamento são aprovados no mês seguinte, em 19 de Fevereiro. O Presidente da Província solicitou à Assembléia a aprovação da abertura de um crédito de 100 contos de réis, e nomeou uma comissão para se encarregar das obras e angariar inclusive donativos para as mesmas. Verifica-se que a área do terreno (restante) era acanhada para a forma do templo, sacrificando-se o seu aspecto grandioso e o trânsito de veículos à sua volta. Resolveu a Comissão, unanimimente adquirir a propriedade do Barão do Flamengo, para o necessário espaço.
Pelo terreno passava um córrego de nome Almeida Torres que recebia as águas de um afluente de pouco volume, desaguando no Quitandinha, na esquina das Avenidas Koeler e TIradentes. Em 18 de Maio de 1884 com a presença do S.M.I. D. Pedro II e as Princesas, a segunda pedra fundamental é posta sobre a primeira, colocada 8 anos antes, no Altar-mór, incluindo-se na urna uma cópia da "Lei do Ventre Livre". Mesmo após a proclamação da República as obras continuam até o romper do novo século. Persistindo o clima de agitação política no Rio de Janeiro, a Assembléia do Estado delibera tranferir a capital, então Niteroi, para Petrópolis, o que ocorreu em Fevereiro de 1894. O Bispado com sede em Niteroi é transferido para Petrópolis em 1897 (permanecendo até 1908). Em 1901, sete anos após seu início, houve interrupção das obras, provavelmente por falta de recusos e afastamento do Eng. Caminhoá. Houve também proposta de alteração do projeto original com objetivo de erguer o Mausoléu ao Imperador "Magnânimo". A nova fase é iniciada pelo Eng. Heitor da Silva Costa e propostos estudos para adaptar o projeto que pertimita levar a conclusão do templo. Em 29 de Novembro de 1925 realiza-se a solene benção e transladação do santíssimo com que se dá ato à inauguração da nova Matriz de Petrópolis. A velha igreja paroquial é demolida em seguida. Sob gestão do Pe. Jacarandá e logo sob Mons. Francisco Gentil da Costa (1928) se iniciam os entendimentos com a conceituada firma C.Champigneulle, de Paris para a confecção dos vitrais; afinal apenas 4 tiveram que ser aceitos, chegando a encomenda ao Rio de Janeiro em Junho de 1933. Em 29 de Dezembro de 1929 é iniciada a campanha pró-fachada, das capelas Batismal e Imperial e mais quatro pavimentos da torre. Ao falecer a Baronesa de São Joaquim em 1929 - a quem se deveu o interesse e a supervisão dos trabalhos de Campigneulle e do escultou Magrou, em Paris - legava em testamento suas jóias para as obras da Matriz. A pedido do Pe. Gentil, o Eng. Guilherme Pedro Epinghaus entrou na concorrência para o término da Catedral e sua firma saiu vencedora, estabelecendo-se uma nova comissão de obras composta por Pe. Gentil, Oscar Weinschenck, Glash Veiga e Gulherme Pedro Eppinghaus. Essa comissão reunia-se todo domingo planejando o andamento da obra. Tem início uma fase de intensos debates, modificações e melhoramentos de ordem técnica para os novos projetos de caráter decorativo. Soluções definitivas de problemas não previstos em projetos originais e outros derivados da construção. Nesta etapa também foi feita uma pesquisa de solo para saber se o solo suportaria a carga da torre. Uma vez concluída, iniciou-se a construção das escadas de acesso ao piso do côro, estrutura de corpo da fachada, compreendendo os pisos do terraços que cobrem as capelas laterais, os pináculos, o frontão a rosácea gótica que está sob a torre e a passagem sob o arco-hindu que permite a iluminação e a Limpeza do tímpano. Foi feita nesta época também, o apoio para a colocação das imagens dos evengelistas Matheus, Marcos, João e Lucas de A. Bordignon, a balaustrada de proteção nos quatro pisos da lage que cobrem os corpos das capelas laterais e a construção do côro onde foi prevista a colocação de um orgão. O Decreto de nº 4.129 de 30/09/1920, revogou o banimento da Família Imperial do Brasil. É criada a Diocese de Petrópolis em 13 de Abril de 1946, sendo nomeado o Bispo D. Manuel Pedro da Cunha Cintra, que toma posse em 25 de Abril de 1948. Em 1960 dá-se início à viva campanha onde parte da arrecadação seria para o arremate da Matriz-Catedral. O projeto da torre é realizado pela firma Capua & Capua (Rio) - onde a agulha teria sido inspirada pela de Saint-Chapelle de Paris - sofreu também modificação, porque, provavelmente, embora airosa e belissíma incoerente com o período estilístico da construção total. Ao centro da grandiosa mole da Catedral, entre os contrafortes, sob o desenlace da torre (cujo ápice alcança 70m do solo) se desenha a rosácea gótica e se recorta o tímpano em coroamento da imensa porta. As duas folhas da porta (2.400kg cada) metalizadas, foram executadas pela escola de Aprendizes (São Paulo) sobre desenho de Glash Veiga) - vide localização na planta (1)
Os vitrais foram executados por C. Alberto (Rio de Janeiro), segundo orientação artística e cartão do Prof. Carlos Oswald. vide localização na planta (4). O Vitral de fundo da Capela Imperial foi uma doação da Baronesa de Muritiba e possui versos do imperador. À direita de quem entra na capela, o vitral foi doado pela Municipalidade de Petrópolis em 1889, executado pelo mesmo artista, onde vemos a imagem de Cristo, do Papa Pio XII, de um escravo com as cadeias rompidas e da Princesa Isabel, D.Pedro II e D. Teresa Cristina.
Em 13 de Maio de 1971 - Foram transladados para Petrópolis, da Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, os Restos Mortais da Princesa Isabel e do Conde D'Eu onde se encontram nas sepulturas jacentes. Também neste local, estão D. Pedro de Alcântara - Príncipe do Grão-Para e sua esposa. (filho da Princesa Isabel) Ajustado aos pilares de elevação da torre campanária, se acha o Órgão monumental; o complexo instrumento com 33 registros distribuídos em três teclados manuais e um de pedal, possui 2.227 tubos, tendo os maiores o tamanho de 7 metros e os menores apenas 29 centímetros - vide localização na planta (7). Foi projetado e construído no Rio de Janeiro, com materiais e mão de obra nacionais, pelo artista organeiro Guilherme Berner, introdutor da indústria do órgão no Brasil. Montado sobre vigas de ferro, na nave posterior do templo, pesa 9 toneladas, medindo 8 metros de largura por 9 de altura. A ligação elétrica entre as diversas partes feitas por cabos que atingiram a mais de 15km de fios e foi instalado em Fevereiro de 1937 (Manuficência de D. Olga Reingantz Porciúncula). O órgão funciona por sistema eletropneumático e é acionado por um grupo motor-ventilador-dínamo de 2HP.
Os vitrais obedecem a temas diversos, alheios ao espírito gótico. Exceção de 4 vitrais notórios pela translucidez dos vidros coloridos e claresa de desenho, realizados por C. Champigneulle (Paris 1928-32) - vide localização na planta (9), os demais confeccionados em São Paulo pela firma C. Sorgenhcht - vide localização na planta (8) - A Capela do transepto, dedicada a N. Senhora (anteriormente a santa Teresa) apresenta grande vitral em 2 partes - vide localização no mapa (10), realizado também por C. Sorgenhcht (1936).
Pelo deambulatório, 5 vitrais de H.Pohl - vide localização na planta (14) - artista da C. Sorgenhcht (S.Paulo - 1939). . Exceção destes, todos os vitrais foram colocados em fins de 1936
Na Sacristia - habitualmente fechada - telas representando a "Coroação de Espinhos" (fins do século XIX) - vide localização na planta (17) - e o "Retrato de D. Manuel Pedro, Bispo de Petrópolis" (1949) - vide localização na planta (18). Voltando ao corpo da Igreja, a Capela transepta dedicada ao Sagrado Coração de Jesus (anteriormente São Pedro de Alcântara) possui a imagem de Cristo - vide localização na planta (19), em mármore de Carrara, também esculpida pelo francês Jean Magrou (1925). Os vitrais ilustram três cenas significativas do mesmo estilo e fatura do janelão frontal. - vide localização a planta (20)
Adiante a 7ª Estação encontra-se a Capela do Batistério - vide localização na planta (22) - com vitrais do mesmo estilo e fatura dos demais existentes na capela oposta, o Mausoléu. A Simples Pia Batismal - vide localização na planta (23) - é proveniente da antiga igreja Matriz (1848); o tampo de bronze é moderno (Rio 1934), pois o original no transporte da antiga Matriz caiu e quebrou. Da saída, no largo pilar da esquerda, vemos a placa de bronze "Comemorativa do Centenário da Paróquia - 1946, onde se lêem os nomes do vigários que se sucederam - vide localização no mapa (24).
Repare-se na diferença do material da construção: o granito e a argamassa de cimento ao nível da cerca de 2.5 m correspondente a antes e depois das obras de 1918. Contornando o templo vamos encontrar a Imagem de Nossa Senhora da Conceição colocada sob o grandioso vitral da Capela Transepta - vide localização no mapa (25) - é aquela da "Regina Sine Labe Concepta" que em 1905 estivera colocada diante do templo antes da urbanização local em 1919. A cela campanária, abriga 5 sinos de bronze de 9 toneladas, fundidos em Passau (Alemanha Federal). A vibração do sino-maior de São Pedro de Alcântara, com o peso de 4 toneladas, é particularmente preciosa, pois alcaça a extensão de 200m.
Todo mobiliário do templo é de época, trabalhado a mão em jacarandá
Sua festa é celebrada no dia 19 de Outubro e não deve ser confundida com a de São Pedro Apóstolo, festejado no dia 29 de Junho.
A cerimônia, revestida de simplicidade e muita poesia, a cargo dos "Jograis de Petrópolis", foi de encantamento, com assistentes petropolitanos e muitos turistas, surpresos diante do grande respeito e amor pelo extraordinário personagem da História do Brasil. Os visitantes podem apreciar os sinos tocando durante a semana às 07:30h, 12:00h e 18:00h aos sábados às 18:00h e domingos às 9:30h e 18:00h Endereço: Rua São Pedro de Alcântara, 60 – Centro - Petrópolis - RJ fontes: Fotos: |
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